Eles eram um para o outro uma
espécie de jardim, cheio de flores coloridas e borboletas azuis. Ali se
plantava toda a esperança de um futuro bom, de uma vida tranqüila partilhada a
dois. Era ali que se colhiam os melhores beijos, as rosas mais macias da estação,
os sorrisos ofertados eram luzes que aqueciam tudo o que plantavam e os passarinhos sorriam junto em consentimento do quanto àquilo era bom. Ela era flor,
era cuidada e nenhuma outra mão poderia tocá-la. Por muito tempo foram regados
com os sentimentos mais nobres que se pode existir, era um jardim cheio de
vida, tudo era festa e ele, o cravo rei.
Mas um dia veio tempestade, vento
forte que carrega tudo, veio pestes, veio pragas, ervas daninhas que se
infiltraram. A grama ficou seca, o céu perdeu a cor, o cravo que amava a flor,
deixou de ama-la. A flor que amava o cravo pedia pra Deus pra aquilo tudo acabar.
E acabou. Sem jardim, sem borboletas, sem cravo, sem flor, só um sentimento
restou da tristeza que levou tudo, menos o amor.